quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Chegou a hora!

O projeto Pés? chega ao final de um ano e apresenta o resultado do trabalho de 2011 nas próximas semanas!! São dez exercícios de expressão cênica, ensaiados, pensados e vividos com muita dedicação pelos alunos, com a orientação dos diretores e assistentes de direção, e ajuda dos monitores. Convidamos a todos para assistir ao espetáculo que sintetiza esse período de trabalho duro (mas gratificante!) na pesquisa da expressão pelo movimento.
Intitulado "Klepsydra", o espetáculo convida os espectadores a se divertir com os dançantes, alunos do projeto, e, ao mesmo tempo, ainda refletir sobre a relação entre o movimento e o tempo. Clepsidra (como grafado em português), é um relógio d’água, que funciona pelo mesmo princípio da ampulheta, e foi inspiração para a criação dos exercícios, elaborados pelo diretor Rafael Tursi.
A primeira apresentação do Pés? neste fim de ano será no TRANSARTE, encontro de artistas que pensam a expressão corporal.
As próximas apresentações farão parte do Festival Cometa Cenas, realizado semestralmente pelo Departamento de Artes Cênicas.
Todas as apresentações são gratuitas e abertas ao público. Esperamos você lá!!!

Para mais informações, clique aqui.





quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Tubo de Ensaios - Exercício 01 - O que te mostro é o que você vê?

Nos dias 1 e 2 de outubro haverá a mostra Tubo de Ensaios, de performances, no Instituto Central de Ciências da UnB (minhocão). A equipe de produção do Tubo de Ensaios trabalhou para reinaugurar o projeto, que já conta com 10 anos de atividades, desta vez em nível nacional.


Dentre os trabalhos selecionados está a performance Pés? - Exercício 01. Baseado em um dos exercícios trabalhados pelo grupo, esta cena será feita em black-out. Temos quatro dançantes, quatro corpos diferentes se propondo a uma mesma sequencia de movimentos, onde a idéia é não deixar claramente identificável quem estão nas cadeiras de rodas, e quem mexes pernas ou braços, mas sim, a possibilidade da busca do movimento com o artifício de luminosos. Corpos e cadeiras se misturam e se perdem entre movimentos, luzes e o vazio do escuro.

A equipe de organização da mostra aprovou 43 performances para a mostra e o trabalho PÉS? ficou entre os aprovados por oconcur. A seleção oconcur se destina a projetos que possuem um olhar especial na experimentação artística e no intercâmbio cultural universitário, em adequação à ideologia de Paulo Freire, que é o homenageado da Semana Universitária da UnB

Confira aqui a seleção dos performadores para o Fronteiras
Curadoria - 32 performances
Oconcur - 11 performances

sábado, 24 de setembro de 2011

Projeto PÉS? selecionado para o CONADI 2011


Rafael Tursi foi um dos selecionados para expor trabalhos durante o IV Congresso Nacional de Diversidade e Inclusão – CONADI’2011, que vai acontecer em São José dos Campos/SP. Tursi irá apresentar o projeto PÉS?, seu histórico e o processo de execução das atividades até a construção da cena.

Esta edição do congresso tem como eixo orientador a abordagem dos diferentes tipos de Informação voltada para auxiliar na Comunicação dos problemas cotidianos de pessoas, principalmente aquelas com algum tipo de deficiência e pertencentes a grupos minoritários. 

O CONADI tem como principal objetivo induzir discussões acerca da temática Informação e Comunicação com vistas a fortalecer a Emancipação do indivíduo. O evento também se propõe a debater e encaminhar aos representantes dos poderes legitimamente constituídos, tanto na esfera municipal, estadual e federal propostas concretas no sentido de equacionar problemas vivenciados pelos diferentes profissionais que atuam na área.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

E logo veio a logo!

Fresquinho fresquinho!

O projeto PÉS? acabou de ganhar a sua logo. E ela representa tudo o que a gente espera e busca neste trabalho. É teatro, dança, música, jogo, acessibilidade, inclusão, união, desafios, desejos e sorrisos. Fiquei babando, hehe. Obrigado pelo presente maravilhoso, Clarinha.

                                                                                         Arte: Clara Braga

domingo, 21 de agosto de 2011

Autoretrato

Em algumas cenas do nosso exercício final, trabalharemos com textos. Um deles, foi escolhido pela Marina, confere aí:

Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente.
Sou isso hoje...
Amanhã, já me reinventei.
Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim.
Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina... E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar...
Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Sou boba, mas não sou burra. Ingênua, mas não santa. Sou pessoa de riso fácil...e choro também.


(Tati Bernardi)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Passo a passo

Uma vez dentro de um novo projeto é impossível evitar expectativas. Dentro do projeto Pés? a palavra expectativa consegue resumir muita coisa, até porque ela vem de todos os lados. Vem do lado dos professores que estão tendo uma experiência única em contato com pessoas portadoras de necessidades especiais, que às vezes nos fazem questionar, inclusive, se quem realmente tem uma necessidade especial não somos nós. Vem do lado das alunas, que mostram dificuldades mas, que ouvem de nós a promessa de que isso é possível (quer causar mais expectativa em alguém do que prometendo algo que nem todo mundo consegue prometer?). E vem do lado dos pais que acompanham tudo de perto e que esperam que a gente faça pelos filhos deles o nosso melhor.

A princípio, a idéia de ensinar teatro/dança para portadores de necessidades foi um tanto assustadora, mas depois que se define melhor os conceitos do que é teatro/ator, e o que é dança/dançarino, percebe-se que não é tão difícil assim. Gosto muito de uma definição de Augusto Boal quando ele fala sobre o Teatro do Oprimido. Ele diz: “Todos os seres humanos são atores, porque agem, e espectadores, porque observam. Somos todos espect-atores.” Ou seja, esses alunos já são, por natureza, atores, e a nossa função enquanto professores é apenas fazer as marcações necessárias, criar as cenas e ensaiar.

Já no lado da dança, podemos definir, de uma forma bem resumida, que dança é se movimentar ao som de uma música, sem restrição do tipo de movimento que se vai fazer. Ora, se nossos alunos têm movimentos (mesmo que nem todas as partes do corpo se movam), eles já podem dançar, basta que a gente escolha a música e a coreografia que esteja de acordo com os movimentos que eles conseguem fazer. Ou porque não o desafio de um movimento que eles ainda não conseguem, mas podem vir a desenvolver?

Claro que quando estamos apenas falando é tudo muito mais fácil do que quando estamos realmente praticando os exercícios. Mas facilita muito quando a gente percebe que está lidando com pessoas que não esperam apenas o resultado final para julgar se o caminho deu certo, mas que enxergam, em cada passo atingido, uma vitória.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Klepsydra

Algumas frase que tem orientado meu jogo de escrita...

"Como dança quem não dança?"
"Água mole em pedra dura tanto bate até que fura"
"Dar o peixe ou ensinar a pescar?"

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Expectativa - Esperança

A expectativa nos permite querer lutar e gerenciar melhor nossas ações e nossa vida. Vivemos em prol de sonhos e objetivos que tendem a ser concretizados. Cada um tem em mão um projeto diferente que a muito custo precisa ser realizado. A espera é algo misterioso, agoniante, se você não tem um resultado imediato a duvida vem e te toma por inteiro, mas a sua mente controla sua ansiedade e isso te dá esperança de conseguir aquilo que se deseja. Uma carga completa de negatividade e positividade se junta em um só núcleo e é isso que torna a certeza e a dúvida ainda mais conflitantes. Sonhar não é perder tempo imaginando as coisas ou deixar de viver coisas por sonhar o impossível, sonhar é ter a certeza de que você é capaz de realizar suas metas, seus objetivos, seus sonhos. Desde quando temos que ficar presos nas criticas maliciosas de seres humanos? Cada passo é dado com a maior cautela possível, e a espera que por muitas vezes é longa pode ser surpreendente, esperar não é abrir mão do presente e sim ter orgulho de querer viver um futuro. Permita-se sentir essa expectativa espera em sua vida. Eu já me permito isso tanto no PÉS?, quanto na vida. o sino que bate passou por um trabalho muito árduo pra poder alegrar os ouvidos.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Um pensamento, uma certeza

Como é lindo ver um sorriso que por um simples e pratico gesto exige um esforço tão grande, mas o reconhecimento de que todos nós podemos. Como foi brilhante meu primeiro encontro com as alunas do projeto. Eu vi cada olhar mais brilhante que o outro e por dentro eu senti orgulho de participar desse projeto. Cada uma tem em si algo de diferente, uma sintonia que nos remete algo melhor e juntas, elas podem ir longe e mostrar que não é preciso estar no padrão da sociedade pra ser feliz e brilhar. Estou muito feliz por acreditar em todos e por ver que pessoas lutam pelo reconhecimento de todos. Somos um coração que não para de bater e nunca iremos desistir de lutar pelo reconhecimento único. Todas essas meninas estão de parabéns. A iniciatica não poderia ser outra.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Locomover, comover, mover

Para que serve o corpo? Para que serve o gesto? O que é gesto? Não acredito que exista uma única resposta para essas perguntas, assim como também acredito que essas são apenas as primeiras perguntas que estão surgindo nessa caminhada de entendimento do próprio corpo. Digo entendimento do próprio corpo por ser esse o primeiro passo que considero que se deva tomar quando a proposta é ensinar alguém, que não tem todos os movimentos do corpo, a dançar.
Todos temos limitações, mas alguns apresentam limitações maiores que outros. Para entendermos a limitação do próximo não adianta que alguém a descreva para nós, temos que sentir no nosso corpo essa limitação para começarmos a entender a situação do outro. Então, começamos a entender quem não tem pé quando tentamos andar sem mexer os pés, quem não tem os braços quando tentamos nos movimentar sem utilizar os braços, quem não tem pernas quando tentamos andar sem usar as nossas, e assim por diante.
Ao nos imaginar fazendo isso, a primeira coisa que vem a mente é a dificuldade que vamos ter para nos locomover ou para fazer qualquer movimento. Mas depois que realmente tentamos fazer essas coisas percebemos que a real dificuldade está em perceber se realmente consiguimos deixar aquele membro parado ou se, sem perceber, acabamos mexendo um pouco.
Todos os nossos movimentos já são tão naturais que os executamos expontaneamente, sem pensar de onde parte o movimento. Quais partes do corpo usamos para beber água? Qual dedo toca primeiro o copo? Eu preciso das duas mão para encher o copo de água? Se não pararmos para nos observar não saberemos responder a origem desse movimento. Agora, como ensinar alguém a beber água sem saber, exatamente, quais os movimentos são necessários para se segurar o copo? Como ensinar alguém a a se movimentar sem saber de onde surgem os seus movimentos?
É preciso primeiro ter conhecimento do próprio corpo.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sem apoios

Foi difícil se locomover sem os apoios que utilizo todos os dias para ficar em pé e exercer minhas atividades diárias. Sem uso dos pés, sem o apoio das pernas e sem ter que sentir o quadril, é algo que pelo menos pra mim foi bem difícil porque sem perceber você acaba usando o que na verdade nem teria função. Tentar ficar em plano médio sem tencioná-los foi difícil porque quando pensava que estava dando certa percebia que os membros inferiores estavam me ajudando por mínimo que fosse a ajuda, o que me induzia ao erro, mas quando percebia parava e tentava de novo, o que permite encontrar outras possibilidades, a repetição pode nos trazer isso. Só consegui quando utilizei as colunas e então com a força de um dos braços segurei-as e me arrastei até o plano médio. Não imaginava que fosse tão difícil não utilizar certos apoios, tinha em mente que era cansativo, mas não que era tão difícil, mas isso faz parte quando queremos novos desafios e encontrar possibilidades.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Como dança quem não dança?

Dance.
Sinta.
Experimente.
Arrisque.
Erre.
Recomece.
Caia.
Levante.
Role.
Tropece.
E caia de novo.
TRADUZA.

A dança possibilita o contato com universos distintos de sensações e emoções, e mais, possibilita conhecer o nosso próprio universo. Assim sendo, a dança se constrói como importante fator de autoconhecimento, limitações e superações. Mas como lidar com nossas próprias limitações? Reconhecê-las sem que ninguém precise nos mostrar, e assim, enfrentá-las e vencê-las.
Dançarina desde pequena, as formas “engessadas” propostas pelas mais variadas danças se interiorizaram e disseram que era assim que se dançava. Mas algo ainda faltava... Aquele pozinho mágico, quem sabe um chantilly? E foi então que compreendi a essência da dança. Aprendi que a dança não se ensina, se sente. Que a dança não é composta por formas, e sim por gestos. Que a dança não é dança, pura e concreta, é expressão da alma. Hoje, as experiências propostas são viáveis, uma vez que se compreende a dança como expressão. E se eu não tenho um braço? Ou se minhas pernas não funcionam? Ou ainda, se eu não vejo ou escuto? “Como dança quem não dança?” E a resposta é simples: DANÇA!
Entre desafios e superações, as sensações reais vivenciadas nos últimos tempos foram bastante significativas e construtivas. Sentir sem “roubar”. Manter o foco no “não-funcional”, pois aquilo que funciona já é conhecido. Destreza. Sensibilidade. Frustrações. Sorrisos. E neste misto de sentimentos, uma única verdade: a dança é possível e real, e abraça a todos aqueles que querem, em seu íntimo, dançar.

domingo, 5 de junho de 2011

Se pergunte!

Para que servem asas senão para voar?
Para que servem bocas senão para falar?
Para que servem pés senão para andar?
Como dança quem não dança?

quinta-feira, 2 de junho de 2011

ACESSIBILIDADE: O Próprio Nome já Diz


Acessibilidade, tornar acessível alguma coisa para todos, mas o que vemos é que nem todos se sentem no "direito" desses acessos, simplesmente porque muitas vezes nem existem. Acessar é entrar, usufruir, exercer direitos e ate deveres. O que será da sociedade se cada vez mais limitar os espaços? Aonde esta a dignidade do individuo? Todos nós temos direitos. É interessante quando pensamos em IR e VIR. Quantas pessoas vão e quantas voltam? Dessas pessoas que vão e voltam, quantas tem algum tipo de deficiência? Dessas que tem deficiência, quem olha por eles? Alguém olha? Creio eu que muitos se sentem só, por simples coisas do cotidiano, como não conseguir entrar em um ônibus porque suas pernas são as rodas de uma cadeira. Imagino o quão difícil seja não enxergar, não andar, não ouvir, não falar. Não há nada de errado nisso, o que nos falta? Falta-nos a coragem pra assumir que somos pequenos diante de tantas coisas. Queria eu poder ter acessibilidade para tornar acessível o essencial pros meus amigos que se sentem injustiçados. Não quero demonstrar tristeza em minhas palavras, o que quero é demonstrar realidade. Todos falam em lutar por alguma coisa, mas muitos fogem a luta. Porque não tentar mesmo fracassando? Porque não ir mesmo sem a esperança de voltar? Será relativo? Porque há indiferença na sociedade? Pra compreender é preciso perguntar e cada vez mais que se pergunta mais nos vemos enrolados em mais perguntas. Então vamos deixar de lado os porquês e tentar fazer algo diferente ou continuar o que já esta sendo feito. Vamos vestir a camisa e lutar pelo que acreditamos. Todos nós somos iguais, ninguém se torna melhor pela cor, pelo dinheiro, ou porque se julga "normal" sem defeitos. Acessibilidade é poder conquistar o que se quer e para isso não se pode encontrar limites, não se pode encontrar apenas escadas e nenhuma rampa, não se podem escrever textos apenas por meios comuns, é preciso ler com os dedos, com as mãos. Então meus caros, acessibilidade, é não ter impedimento nenhum, de nenhum tipo, é viver sem o receio de ser impedido na próxima estação. VIVA! ACESSE!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Acessibilidade

Em se tratando de dança, movimento, expressão e arte aliados e entrelaçados com a deficiência (deficiência essa que deve ser encarada não apenas como disfunções físicas, mas tudo aquilo que nos limita, de alguma forma, a desempenhar ou desenvolver ações e atividades) há que se pensar em quais serão as dificuldades encontradas neste trabalho, e como, de forma eficaz pode-se facilitar este processo. "A República Federativa do Brasil fundamenta-se constitucionalmente, entre outros, no princípio da dignidade humana e tem objetivos como a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, e a redução das desigualdades sociais e regionais. Estabeleceu, assim, o legislador constituinte de 1988 as bases axiológicas do texto magno, reafirmando o antigo princípio liberal da Revolução Francesa: a igualdade de todos perante a lei (artigo 5º, caput). [http://www.ibc.gov.br/?itemid=108]". Assim, a busca por direitos iguais vem ganhando força e a luta dos deficientes para conquistarem seus espaços na sociedade vem se fazendo mais presente a cada dia. O termo ACESSIBILIDADE começa a surgir, e com ele a necessidade de se codificar e padronizar suas bases, legitimizando-a. Em 30 de junho de 2004 a Norma Brasileira de Acessibilidade (ABNT NBR 9050) é validada, e nela todo e qualquer tipo de adaptação, física ou estrutural, mobiliária, edificial, espacial e de equipamento urbanos é organizada a fim de que os locais se tornem acessíveis para o maior número de pessoas, deficientes ou não. Tendo em vista que acessibilidade pode ser definida como sendo a "possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia" [ABNT NBR 9050] de locais públicos e privados, e que tornar-se acessível é possibilitar tanto o acesso físico quanto o de comunicação, torna-se evidente a necessidade desse olhar diferenciado para trazer o deficiente de forma mais integral para as ruas, fazendo-o participar ativamente da sociedade e possibilitando a criação de redes sociais mais fortes. Em suma, é preciso que o direito de ir e vir seja válido para todos, e só assim, a sociedade em geral, e de forma mais igual, poderá usufruir de maneira satisfatória e completa desse mundo que os rodeia.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A arte que desafia limites



A arte que desafia limites
Projeto de extensão do Instituto de Artes vai ensinar dança e teatro a pessoas com dificuldades de locomoção
Hugo Costa - Da Secretaria de Comunicação da UnB

Pessoas que perderam o movimento das pernas podem dançar? Podem. Um projeto de extensão do Instituto de Artes (IdA) pretende criar números teatrais e coreografias para pessoas com deficiências de locomoção. A ideia é usar métodos tradicionais consagrados para a composição dos movimentos. “Uma amiga ficou tetraplégica e percebi, em seu tratamento, que havia muitas atividades esportivas para essas pessoas, mas pouca oferta de opções na dança e no teatro”, diz o idealizador da ideia, Rafael Tursi, aluno de licenciatura em Artes Cênicas.
Inédito na Universidade de Brasília, o projeto "Pés?" oferecerá dez vagas para interessados do Distrito Federal e do Entorno. Alunos da UnB poderão ter acesso a bolsas e créditos.   
“O nome do projeto com a interrogação é justamente para questionar a necessidade dos pés para a expressão da arte”, explica Rafael. Ele quer trabalhar movimentos de arte e dança para pessoas com diferentes tipos de barreiras de mobilidade. “Não precisam ser necessariamente cadeirantes. Qualquer pessoa com deficiência que impossibilite a locomoção pode desafiar seus limites e participar”, garante.
As aulas do Pés? serão ministradas com base na Análise Laban do Movimento. O método segue os passos da teoria do coreógrafo e filósofo da dança húngaro Rudolf Laban, conhecido como o pai da “dança-teatro”. Nesse sistema, a intenção é relacionar os elementos corpo, esforço, forma e espaço adaptados às limitações de cada aluno. “Estudei bastante sobre Laban. O desafio agora é adaptar o método aplicado a pessoas ditas normais ao ensino dos deficientes”.  Os encontros iniciais serão dedicados à expressão corporal e à prática da dança. Gradualmente, explica Rafael, os textos de teatro serão incorporados.     
BOLSAS - As inscrições para o projeto vão até o dia 15 de maio. Alunos da UnB interessados em bolsas de estágio de R$ 360 e em créditos (quatro) para graduação precisam se inscrever até quinta-feira. As aulas têm início previsto para este mês e devem seguir até dezembro. “Tenho interesse muito grande em participar. Acho importante porque também é uma forma de me exercitar”, diz José Roberto Vieira, aluno cadeirante do curso de Serviço Social.
“Como todos os seres humanos, os deficientes também gostam de dançar”, completa. O projeto prevê também uma vaga de monitoria para um estudante sem deficiência física. O prazo para concorrer ao posto é o mesmo do estabelecido para a concessão de bolsas. Ao final do curso, o grupo fará apresentações na universidade com direito a mesas para debates e discussões.
Fonte: UnB Agência

Criando Movimentos

A criação de coreografias a partir da perspectiva do movimento de Laban é comumente vista no âmbito da dança em todo o mundo, porém, no Brasil, é ainda pouco recorrente na sistematização do trabalho teatral, Luciana Lara diz que isso acontece devido ao desenvolvimento na dança moderna, mas que “suas idéias [de Laban] vem sendo usadas em métodos de treinamento do artista cênico desde o início do desenvolvimento de sua teoria, em consonância com as concepções de que não há divisão entre dança e teatro, corpo e mente, movimento e texto.” (LARA, 2005). Laban pensou o corpo como corponectivo (RENGEL, 2005), corpo e mente juntos. North (1973) demonstra a diferença que Laban fazia entre os termos corporal e físico. “Ação Corporal é a ação que compreende um envolvimento total da pessoa, [integrando os lados] racional, emocional e físico. Ação Física, é a ação que compreende a função mecânica do corpo.” (NORTH apud RENGEL, 2005, p.23)1. A relação de todos esses elementos permite o estudo do movimento humano. 1 [North, M. – Moviment education – child development though body motion. New York: E.P. Dutton & CO., INC., 1973]